P&R: Bruno Magalhães

O português Bruno Magalhães foi vencedor por duas vezes do SATA Rallye Açores em 2008 e 2010. Este ano o piloto regressa com um Peugeot 208 T16 no topo da classe R5 e espera ter hipótese de obter a terceira vitória em solo açoriano. Apanhámo-lo a meio de uma prova de algumas delícias açorianas no churrasco de boas vindas realizado na noite passada.

 

Você esteve afastado por uns tempos dos ralis – o seu último rali foi há seis meses na Córsega?

“Sim, exatamente. Não tenho feito muito deste então: apenas a tentar arranjar apoios para estar aqui. Este é um dos meus ralis favoritos pois já aqui venci por duas vezes. A melhor vitória da minha carreira aconteceu aqui em 2010, quando venci em 2010 frente ao Kris Meeke e ao Juho Hanninen – dois grandes pilotos, com duas grandes equipas. Por isso amo este rali mas desde 2010 que vá venho sem dispor de um carro à altura de vencer. Este ano tenho uma maior motivação porque eu sei que tenho carro para fazer um bom trabalho. No ano passado, quando comecei o rali, sabia que não tinha hipótese”.

 

Então quer dizer que existe oportunidade para ganhar este ano?

“Eu penso que existe possibilidade de lutar pela vitória. Que isso signifique que obtenha a vitória no final, já não sei, mas ainda assim julgo existir possibilidade. Eu sei disso por isso a grande motivação”.

 

Qual o seu programa desportivo para este ano, depois deste rali?

“Primeiro começamos com este rali, que é um dos pontos altos desta época para mim. Depois passaremos ao asfalto, com o Rally de Ypres, depois Chipre e depois Grécia. Espero conseguir fazer mais ralis mas isso dependerá do orçamento. Na realidade vai ser complicado, mas nunca se sabe – poderão surgir mais patrocinadores. De qualquer forma, este é o rali em que queria participar”.

 

Prefere pisos de asfalto ou de terra?

Atualmente gosto dos dois: parte do prazer que sinto em fazer ralis prende-se com a variedade de pisos. Quero mostrar que sou forte nos dois”.

 

Sente-se especial por estar presente nos 50 anos do SATA Rallye Açores?

“Claro que sim, porque realmente é um grande acontecimento, para mim pessoalmente. Vim cá pela primeira vez quando tinha 14 anos de idade. O meu pai corria e sempre vim cá com ele. Cheguei mesmo a saltar para o banco de trás do carro e fazer reconhecimentos… é mesmo uma história de família. Penso que já cá estive pelo menos por quinze vezes, se calhar, mais. Adoro.”

 

Como é que foram os reconhecimentos, até agora?

“Correu tudo bem, sem problemas. Acho que este ano a superfície melhorou bastante em relação a anos anteriores, menos piso solto e mais tração. Acho que descobriram a forma de melhorar as estradas. No passado, penso que punha mais pedras pequenas na estrada e isso tornava os pisos mais escorregadios. Agora a superfície é mais compacta, logo só mostra o bom trabalho da organização.”

 

Existe uma nova secção em Sete Cidades este ano, que já não era utilizada há muito tempo. O que pensa disso?

“Penso que é boa, divertida de conduzir. Mas as descidas não são fáceis: a travagem pode ser muito traiçoeira e também existem muitas curvas rápidas que rapidamente confluem em curvas lentas, o que dificulta a avaliação das mesmas. Mas constitui-se como um bom desafio.”

 

Quando não está a fazer ralis, o que faz?

“Tenho que ganhar dinheiro para que possa fazer ralis. Trabalho numa imobiliária e o meu pai tem uma oficina. Portanto a minha vida é praticamente carros e casas – e ralis, claro!”